A alegria está no coração…

Dia destes falei com uma senhora. Ela tem um trabalho interessante com pessoas envolvidas com Missões. Também tem um trabalho de intercessão e oração. Além disto tudo, tem por hábito ser grande pesquisadora de assuntos apologéticos. Percebi nela uma grande preocupação em assuntos que podem trazer uma visão deturpada da fé cristã. Não sou seu grande amigo. E diria até que nem mesmo amigo dela eu sou. Conheço-a muito mais por ter pessoas próximas que a tem como amiga.

Diante de um curriculo como o que passei, imagino que muitos ficariam interessados em conhecer a pessoa e seus projetos legítimos. Só que uma coisa chamou minha atenção durante todas as conversas que tive com ela: ela não sorriu em quase todas as vezes que conversamos. Não vi um rasgo que fosse em seus lábios. Tentei me concentrar nas conversas, mas a voz pesada e sem alegria não me descia bem. O ar sisudo e triste era uma marca estranha na forma de encaminhar toda a conversa.

Não tenho como aceitar um cristão regenerado que seja triste, sem sorrisos ou traços de uma alegria do novo Caminho.  Não estou com isto afirmando que cristão não possa ficar triste. Não tenho em mim estas raízes diabólicas de triunfalismo evangélico. O que me trouxe espanto é conversar com um cristão que não sorri.

Sei que minhas palavras podem estar cercadas de julgamentos, mas não posso entender que TODAS as vezes que tenha conversado com esta irmã ela estivesse passando por maus momentos. Até porque, as afirmações eram sempre pesadas, carregadas de uma forma de legalismo estranhas ao texto sagrado. Apesar de todo o esforço e afirmações da fé, sentia mais um gosto de fel do que o doce sabor do Evangelho.

Comecei a pensar no que me assustava nos crentes que conheci quando criança e lembrei que as caras fechadas eram as marcas do Evangelho que me eram apresentado. Sisudos, silenciosos e cabisbaixos eram a resposta de uma fé que parecia sem vida. Provavelmente a alegria era acessório usado somente nos cultos. No momento que saiam do templo, esta alegria parecia ficar lá como se estivesse guardando o assento para a próxima reunião dominical.

Quando o Senhor converteu-me não pude deixar de perceber que a Paz que Ele me deu, trouxe-me uma alegria imensa de saber que agora tenho um Pai que me ama totalmente. O imenso amor que meu pai tem por mim, tornou-se pequeno demais quando entendi que Ele me amou primeiro! A vida pareceu-me com mais cor. A certeza da Salvação fez com que meu sorriso brotasse mesmo em dias de dor. E não foram poucos!

Quando procuro por biografias de homens e mulheres que tiveram suas vidas mudadas por Cristo, uma marca que sempre os acompanhou era a alegria de ser do Senhor. Lembro de ter lido um relato de um dos filhos de Moody. Ele lembrava do pai pela fé em Cristo e na alegria com que ele brincava com eles!  O pregador grandalhão tornava-se como criança quando estava com os filhos, tendo ali laços afetivos enormes! E os filhos nunca esqueceram a pregação/brincadeira da própria vida do pai.

Como conseguimos transformar o evangelho em algo tão sisudo e cabisbaixo? A vida com Cristo seria uma imensidão de sofrimentos e nos é negado até mesmo um sorriso? Não posso acreditar nisto! De forma alguma! Acredito que a alegria faz parte da prática cristã!

E isto me faz lembrar do texto bíblico:

“A esperança dos justos é alegria;
mas a expectação dos ímpios perecerá.”
Provérbios 10.28

Eu fico com as palavras de provérbios! E vocês?