Os 5 garotos de Indiana

Depois de meu post sobre o que seria o funeral de Jacko, alguns amigos perguntaram como eu não gostava do rei do pop. Alguns descobriram tardiamente que tenho um enorme respeito pela obra de Jacko. Só que sou completamente fã da fase dos Jackson Five. Isso é sério! não é mais um dos saudosismos que batem quando um ícone morre. Tenho a discografia deles inteira e sonho conseguir os bonecos deles! Infelizmente estes bonecos custam os olhos da cara nos eBays da vida, pois são rarissimos!

A primeira vez que ouvi falar em Michael Jackson foi num clipe de “ABC” em alguma rede de TV entre 1979-80. Ou seja bem atrasado, pois vi o Jacko criança, sendo que ele naquele momento já estava com seus 20 anos pelo menos! E música mesmo, lembro de minha mãe ouvir um dos tantos programas da famosa Radio Mundial AM e tocar “Standing In The Shadows Of Love”, um cover do Four Tops se não me engano, diretamente do primeiro album deles. Inclusive estou ouvindo esta canção no exato momento em que escrevo este post. Não resisto! rssssssss

Achava impossível alguém cantar daquele jeito com 10 anos de idade. Sendo que em 1979 ou 80 ele já tinha lançado alguns discos solo e estava prestes a ser lançado ao panteão de ícones da música. Eu em Niterói, não tinha idade nem de ir comprar balas na padaria e me impressionava com aquelas canções. Logicamente tudo muito mais pelo feeling do que por conhecimento da obra dos 5 garotos de Indiana.

Com o estouro de “Thriller”, a rede Manchete voltou a passar os desenhos dos Jacksons e pude ver de forma MUITO atrasada o que foi a banda: nada poderia virar desenho se não fosse quase sobrenatural de tão famoso! rsssssss Meu encantamento infantil me fazia gostar mais dos J5 do que o estouro de Jacko na fase Thriller.

Com isto não estou dizendo que não curti aquela fase, pois seria tentar fazer o tipo blasé. Ouvi aqueles discos, brinquei com o pessoal e tive em meus ouvidos toda aquela enxurrada de sucessos de Jacko. Inclusive com todas as apresentações de imitadores de MJ… Seja no Chacrinha, Viva Noite, Programa do Bolinha e até no famigerado Programa Barro de Alencar… Alguém em sã consciencia lembra do Barros de Alencar? Quem me faz lembrar desta figura impar foi Jacko!

Fui crescendo e aquela fase explosiva de Jacko ficou no passado. Só que os J5 não! Engraçado isso, né? Acho que uma criança cantando de forma completamente inexplicável de tão afinado que era, fixou-se em minha memória infantil mais do que o MJ que dançava como se tivese molas no corpo!

Não sei explicar mesmo, mas o que me faz olhar para o tal rei do pop como algo extraordinário não foi sua fase “adulta”, mas a formação com seus irmãos. Junto com seus irmãos, parecia formar um equilíbrio. Mesmo quando já não eram mais um grupelho adolescente: a fase soul-funk de um Jacko cheio de espinhas também é sensacional! Só que com aquela surreal criação familiar não poderia suportar a união de algo que tinha na figura do pai uma ruptura relacional.

No funeral de Jacko, não conseguia tirar os olhos de seu pai. Separado, jogado para escanteio. uma figura que estava ali porque “era o jeito”… Conseguiu de forma mundial ser considerado com um estorvo em pleno funeral do filho. Funeral que começou já antes do nascimento do J5. Triste isso…

De qualquer forma quero esclarecer que os Jacksons são importantes na minha formação musical, pois acredito ter uma e não renego isto. Eles deram a mim a oportunidade de ter uma enorme dívida com a musica negra americana em suas raízes soul-funk, fizeram com que eu ainda menino nunca tivesse esquecido um nome: Motown! E isso me fez ser mais feliz, sabem? Ou alguém acha que ouvir James Brown, Sly and The Family Stone, Ray Charles, Curtis Mayfield, Stevie Wonder, Smokey Robinson e tantos outros que colocaram os “embalos dos bailes da pesada” pode ter uma vida infeliz?!?