Fomos a uma pizzaria comemorar o aniversário de uma querida amiga. Estávamos à mesa com um grupo de nossa igreja. Todos alegres, contando piadas, rindo da vida e cheios de comunhão uns com os outros. Na nossa mesa nada diferenciava ninguém. Não importava se estavam ali pastores, seminaristas, pessoal do louvor, missões ou qualquer departamento de nossa igreja. Nós percebemos a vida não departamentalizada: todos somos pecadores e precisamos de Cristo e um dos outros.
Estava conversando com um querido amigo na mesa e me perdi pensando que ali estava um grupo de pessoas que amam a Cristo e O servem na vida. Com suas qualidades e defeitos. Conversando de todos os assuntos possíveis e em nada diferenciando-se do restante das mesas. Eu agradeci a Deus por fazer parte de um grupo assim. Pessoas que se sabem gente e vivem como gente. E não como robôs da fé.
De repente vejo minha esposa falando com duas senhoras muito simpáticas. Eram companheiras de meus sogros na caminhada da fé. Há muito tempo conhecem a família de minha esposa. Estavam animadas e sorridentes. Minha esposa veio apresentar-me a elas e continuei percebendo a simpatia delas. A senhora mais velha apresentou-me a filha, uma mulher de uns 50 anos. E não deixou de falar com muito orgulho sobre a filha e do genro:
“Esta é minha filha. Ela é bispa e meu genro é apóstolo. Ele esta ali no caixa pagando a conta!”
Eu gelei de cima a baixo… Comecei a perceber um enorme abismo diante daquela mesa e a mentalidade da maioria das igrejas evangélicas brasileiras. Nossa mesa não era melhor ou formado por excelentes cristãos! Sei das nossas fraquezas! Mas exatamente por isso fiquei perplexo olhando aquela senhora que era bispa(episcopisa seria o correto). E fiquei triste observando ao longe um homem de meia idade, que foi colocado no patamar de apóstolo.
Naquele momento lembrei-me do que faz alguém um apóstolo e porque a igreja parou em Paulo como o último apóstolo legítimo diante da igreja. Depois disto não há um apóstolo legítimo sequer, mas somente um “cargo” eclesiástico qualquer. Afinal em algumas igrejas pelo mundo existem até cursos e diplomas de apóstolos!
A igreja reconhecia um apóstolo nos seguintes termos:
– Foi escolhido e enviado pelo Senhor: Lc 6.13; Jo 6.70; At 9.15; 22.213.
– Testemunhou Sua ressurreição: At 1.22; 1 Co 15.8,15
– Lançaram e formaram o alicerce da Igreja, da qual Jesus é a Pedra angular: 1 Co 3.10; Ef 2.20
Olhando para aquele homem, que nem conheço, fiquei constrangido e indignado com o que muitos tem feito em nome de títulos e honrarias humanas. Não conheço o ministério e nem o coração daquele homem, mas não tenho como me calar diante de tal maluquice moderna.
Bom… Eu acredito em mudanças de vidas. Se isto for milagre, ok? Acredito em milagres e não me sinto bobalhão por isso. O que peço a Deus é que tire dos olhos daquele homem e família esta mentira vendida por sórdida ganância de poder! Que ele não se apresente num futuro próximo como apóstolo, mas como servo humilde de Cristo.
Ta aí… Será que se seminários teológicos deixassem de entregar um diploma e os formandos recebessem um abraço e imposição de mãos, tais instituições de ensino ficariam lotadas? Ao invés de um diploma, os formando recebessem a recomendação de serem humildes servos de Cristo, como seria a realidade da igreja formada por estes homens?
Sei que estou sendo simplório em minha reflexão, mas o que você pensa sobre este assunto?
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Naquele que nos une!